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A beleza está nos olhos de quem vê.

Foto do escritor: OLIVIER BOËLSOLIVIER BOËLS


Ao longo de anos de viagens, encontrei uma multiplicidade de seres incríveis. Cruzei muitos rostos, cada um com sua historia e ancestralidade. A arte da fotografia de retrato, sempre me intimida, até hoje.


Quando adolescente, meu grau de timidez não era pouco, bastava estar em um pequeno grupo de pessoas que não conhecia, para entrar num estado que me travava.

Quando comecei a fotografia, comprei uma teleobjetiva, que me permitia ser discreto. Eu podia ficar a uma distância relativamente longe para me dar uma sensação de zona de conforto e de não ser visto, pelo menos, eu achava. Foram meus primeiros verdadeiros passos, a direcionar meu olhar sobre o mundo ao redor, de maneira “proativa”.


Anos depois, em 1999, fui convidado a fazer parte do nascimento de uma agencia, em Toronto, Canadá. Um dos membros desta agencia, logo pediu minha lente emprestada

e me ofereceu, durante esse momento, uma grande angular, 20mm, para “testar”. O teste, na verdade, foi que a lente em si, estava me testando. Fiquei imediatamente aterrorizado. As pessoas pareciam muito distantes e pequenas. Para poder contornar isso, percebi que precisava me aproximar muiiiito das pessoas. Foi assim que começou minha primeira convivência “desejada”, com o medo.

Nada fácil. Mas minha vontade de conhecer o mundo, conhecer o outro foi crescendo cada vez mais.


Ao longo dos anos que seguiram, essa lente me trouxe grandes aprendizados sobre a vida, por me forçar a falar com as pessoas, dando o primeiro passo, para poder preencher meu quadro fotográfico e retratar elas de maneira que representava bem suas historias, com o devido destaque e respeito que elas mereciam. Uma verdadeira terapia.

Para mim, a foto também revela o meu olhar sobre as pessoas e que tipo de encontro tenho com cada uma.

Hoje, continuo a usar uma lente grande angular em 95% dos casos.

Fiquei apaixonado. Essa lente me estimula a entrar numa proximidade energética e intima do (s) meu(s) interlocutor(es), um lugar a onde se cria kharma.



Eu não quero que as pessoas me vejam como um intruso, ou como um fotógrafo, mas como um ser humano, que também as vê, não como um objeto em um cenário.


Não busco disfarçar a influencia que minha presença tem nas cenas que fotografo, fingindo que ninguém está me vendo. Procuro ser cuidadoso com a forma de estar presente, especialmente quando estou muito perto das pessoas. Quero ser discreto e atento, para conseguir antecipar cenas e saber onde estar em cada momento, tentando da melhor forma possível, não atrapalhar. Ser visível, ou seja, fazer parte integrante do momento.


A final, fotografo para ter experiências e vivencias que vão enriquecer meu ser, e claro poder compartilhar com os outros, através das imagens e narrativa tanto verbal

quanto escrita.


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