Eu estava andando num parque em Agra com a Nísia. Descobrimos que o lugar era frequentado especialmente por jovens indianos em lua de mel, que procuravam um espaço para poder namorar sem o olhar da família ou outras pessoas. Um lugar muito singular e tranquilo, longe da muvuca do Taj Mahal.
Eu estava procurando um caminho para alcançar a beira do rio Yamuna. Como eu não estava achando, parei num quiosque para perguntar se havia um caminho até lá. Ali me deparei com Saddir Khan, que não falava nenhuma palavra de inglês. Fiquei imediatamente cativado pelo olhar profundo dele. O rosto também trouxe a tona, inumeráveis imagens e pensamentos. Genghis Khan, a rota da ceda, o povo Mogol, Marco Polo etc. Eu tinha na minha frente uma manifestação viva, de historia milenar. Khan, sendo o nome dele, a chance de ser um descendente direito do Imperador, era boa, no mínimo possível.
Saddir me informou que não havia passagem por aqui que levava ao Yamuna. Continuei então meu caminho. A imagem do Saddir, me acompanhava. Seria tão bom saber um pouco mais sobre ele. Decidi voltar e bater um papo com ele. Como ele era um rapaz muito forte, perguntei a ele que tipo de atividade ele praticava.
- “Kushti”
Kushti ou Koshti é uma forma de luta que teria raízes na religião Zoroastrian, considerada uma das religiões mais antigas do mundo, praticada até hoje. Mais tarde, na época do Império Mogol, o Koshti Perse, recebeu a influencia da luta tradicional Indiana, Malla Yuddha. Uma luta que sempre achei interessante, por ter esse lado quase monástico, onde o noviço entrar num Akhada, (lugar de treinamento de artes marciais).
_ “Você gostaria de conhecer a Akhada onde eu pratico?”
_ ”infelizmente, eu estou indo embora de Agra, iniciando minha volta para o Brasil. Mas tenho plano de voltar o próximo ano.”
_ “Nesse caso, vou te deixar meu numero de telefone. Me liga, quando vem para Agra novamente.”
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